Ponta Delgada, 25 de Outubro de 2008. O último dos 7 eventos regionais, planeados para a celebração da Semana Europeia da Juventude de 2008 em Portugal, teve lugar na Universidade dos Açores. Jovens de várias ilhas do arquipélago fizeram questão de marcar presença na auscultação e responder ao desafio com propostas exigentes e inovadoras no que diz respeito à participação política dos jovens açorianos.
O evento serviu ainda para avaliar as necessidades do arquipélago relativamente ao Programa Juventude em Acção. Pompeu Martins, director da Agência Nacional, referiu na sessão de abertura a importância de reforçar a formação referente ao programa, de modo a aumentar os níveis de iniciativa, participação e mobilidade dos jovens açorianos. Referiu também o Serviço de Voluntariado Europeu (SVE) como uma “grande aposta da Comissão Europeia para as políticas da juventude”, no sentido de democratizar as oportunidades, uma vez que é um programa acessível a todos os jovens, “mesmo àqueles com menos oportunidades”.
Transmissão e partilha de conhecimentos
Bruno Pacheco, director regional do IPJ, avalia a iniciativa de uma auscultação no âmbito das políticas da juventude como uma forma óptima de “partilhar e transmitir conhecimentos”, e elogia o trabalho da Agência Nacional nomeadamente na sua “nova postura em relação aos Açores”, a qual classifica como “mais compreensiva”. Relativamente às políticas europeias da juventude Bruno Pacheco não tem dúvidas: “vieram reforçar aos jovens açorianos o sentimento contemporâneo de mundividência”. E dá a questão da mobilidade como exemplo quando a refere “central na construção das cidadanias europeias”
Sobre o resultado do dia de trabalho e já frente às conclusões, o director regional responde: “conseguiram em cada área de intervenção sintetizar intenções exequíveis contrariando todas as expectativas baseadas em subjectividade e rebusques”. E informa: “Podem contar com a Direcção Regional para levar as ideias em frente e multiplicar a mensagem, para que possamos chegar mais longe e chegar ao maior número de pessoas possíveis. E se detectarem uma oportunidade de trabalho ou iniciativa que multiplique oportunidades em prol da juventude, também podem contar com a Direcção Regional”.
Operacionalizar recomendações
Ao longo destes 7 eventos consultivos, um dos grandes desafios tidos pelos facilitadores era o facto de conseguirem que os participantes operacionalizassem as ideias que tinham relativamente aos temas em debate. Trocando por miúdos, o pedido era que ao produzirem recomendações, as fizessem de uma forma prática, exequível e eficaz, utilizando verbos de forma a reforçar a necessidade de acção. Promover, reforçar, motivar, desenvolver, são alguns exemplos. Anabela Moreira, facilitadora nos Açores dos grupos de Ambiente e Desenvolvimento Sustentável e de Educação Formal e Não formal, relembra: “ construam frases operacionais. Operacional é a palavra-chave”.
Apresentando conclusões
No final do dia de trabalhos, a satisfação não podia ser mais evidente. Um dos relatores, o Rodrigo, antes de iniciar a sua apresentação, aproveitou o momento para agradecer à mesa a oportunidade de estar presente e contribuir, à sua escala, para a próxima década de políticas europeias da juventude.
A presença de cerca de 80 jovens a um sábado, para um dia intenso de trabalhos, acabou por surpreender todo o painel da organização (Direcção Regional e Agência Nacional) no sentido de ser um “grande sinal de vontade democrática”, referiu Pompeu Martins na sessão de encerramento.
Palavras de …
Graziela, 29 anos, Casa do Povo de Vila Franca do Campo
Esta iniciativa é importante no sentido de dar voz aos jovens. Fazer com que eles saibam que têm um lugar e que alguém os está a ouvir. Por estarmos numa ilha, as dificuldades de saída e de ligação com o exterior são maiores, logo as necessidades são outras. Embora as políticas implementadas tenham ajudado em muito a ultrapassar isto, ainda há muito por fazer, porque o nosso maior problema acaba por ser mesmo a localização geográfica. Ficamos fechados em nós mesmos. Este tipo de consultas faz os nossos jovens açorianos acreditarem que estão a ser ouvidos e que têm as mesmas oportunidades em serem ouvidos que os outros. Isto é como um abrir portas e janelas para um outro mundo que muitos de nós não sabemos que existe.
Bruno Gonçalves, 24, Universidade dos Açores
Classifico o evento como excelente, pela oportunidade que dão aos jovens de opinar em relação a assuntos que lhes dizem respeito. Ainda bem que nos consultam, porque nós somos o futuro. Em relação aos temas debatidos só tenho pena de não podermos participar em mais.
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