O Sábio e o Pássaro
Num determinado reino vivia um sábio. Ele era o mais sábio dos sábios e nenhuma questão que lhe fosse levada ficava sem solução. Ele sabia tudo.
Existia nesse reino um jovem plebeu que não se conformava com isso. Ele não aceitava o facto de o sábio conseguir decifrar qualquer enigma, fosse ele qual fosse. Durante muito tempo o jovem arquitectou uma forma de dar a volta ao sábio.
- " Tem que existir uma forma de enganar o sábio. Ninguém sabe tudo de tudo "... Pensava ele.
Até que um dia ele descobriu uma forma, a qual nem mesmo o mais sábio dos sábios teria saída.
- "Colocarei nas minhas mãos, levemente fechadas, um pequeno pássaro vivo e perguntarei ao sábio se o pássaro está vivo ou morto. Se ele responder que está morto, eu abrirei as mãos e libertarei o pássaro para que ele voe. Se ele responder que está vivo, eu vou apertar o pássaro com os dedos até o matar. O sábio não terá saída.
Assim fez.
Diante do sábio ele procedeu como acima exposto, perguntando se o pássaro estava vivo ou morto.
O sábio olhou bem nos olhos do jovem e respondeu:
- " Meu bom jovem, a vida deste pássaro está nas tuas mãos ".
Faro, 10 de Outubro de 2008. Pouco mais de um dia passado depois do primeiro encontro em Castelo Branco, rumámos ao Algarve para o segundo evento regional. Na iniciativa a sul estiveram “cerca de 60 jovens vindos dos 16 municípios algarvios, com uma média de idades que ronda os 17 anos”, esclareceu a directora da delegação regional do IPJ, Sara Gomes Brito. São jovens, na sua maioria, provenientes de escolas profissionais, associações, universidades e institutos, e estão mais do que preparados para dar o seu contributo.
De entre os 8 grupos de trabalho, desta vez resolvi seguir o de Educação Formal e Educação Não Formal. Para muitos dos presentes qualquer uma das 8 temáticas propostas é assunto novo e este da Educação Formal e Não Formal não foge à regra. Mas afinal, de que falamos quando falamos destes dois tipos de educação?
“A Educação Formal refere-se ao sistema educativo estruturado que se inicia na escola primária até ao ensino superior. A Educação Não-formal remete para qualquer programa planeado de educação pessoal e social para jovens. (…) Tem carácter voluntário; é acessível a todos (o mais possível) e encontra-se baseada não só numa aprendizagem individual como também em grupo.” (Fonte: http://www.am.unisal.br/pos/stricto-educacao/pdf/educacao_processo_desenvolvimento.pdf).
Depois de um quebra-gelo inicial para que todos se conheçam um pouco melhor, vem a já conhecida “chuva de ideias”. Pretende-se agora que todos pensem e escrevam nos posters afixados aquilo que entendem sobre o Ensino Obrigatório; o Processo de Bolonha e sobre o Potencial e Reconhecimento da Educação Não Formal (ENF). O arranque não é fácil. “Está tudo ainda a morrer de timidez”, refere a participante Susana Cotovia. É normal. Muitos estreiam-se agora em auscultações do género e até mesmo as dinâmicas e os métodos usados são algo de novo e que, à partida, intimidam. Não podemos esquecer que “este apelo à participação activa dos jovens em geral, sobre as políticas da juventude, é a primeira vez que se cumpre à escala europeia”, recorda a Directora-Adjunta da Agência Nacional do Programa Juventude em Acção, Maria Manuel Silva.
O grupo divide-se entretanto nos 3 grupos distintos sob os temas mencionados acima. À volta do tema Potencial e Reconhecimento da ENF sentam-se o Adriano Chaveiro, a Edite Jesus, a Susana Cotovia, a Sandra Galego e a Patrícia Francisco. Um grupo diverso mas com ideias muito semelhantes no referente ao tópico em debate. “Nós somos muito comodistas”, desabafa Sandra “e neste país o que conta é os diplomas, não se dá importância à ENF”. Ao que parece, a inércia define muitos portugueses. “As pessoas reclamam mas ninguém vai ao sítio certo à procura de informação”, denuncia Patrícia. E o grupo continua entregue ao debate. A decisão para a elaboração das recomendações (a escrever na folha dada pelo facilitador) não é fácil. A 5 minutos do tempo terminar, o grupo que acompanhei começa a escrever. Foram muitas as ideias e as conversas são mesmo como as cerejas: vêm sempre umas atrás das outras!
No final, Bruno António, o facilitador do grupo, pede uma palavra sobre as últimas horas passadas em conjunto. Susana termina com 3: “devia haver mais”.
A auscultação da região do Algarve finda com agradecimentos e notas de esperança. Sara Gomes Brito classifica o dia como “um dia magnífico de trabalho em que foi dada voz à juventude” e manifesta sem quaisquer rodeios o orgulho que tem em ser Directora Regional do IPJ e em ser anfitriã do evento nacional da semana da juventude, em Portimão, entre os dias 7 e 9 de Novembro. A poucos minutos de encerrar, a Directora Regional, fez ainda questão de contar a história do sábio e do pássaro, aproveitando o desfecho para lembrar aos presentes que “o futuro está nas vossas mãos!”
Rafaela Grácio
Num determinado reino vivia um sábio. Ele era o mais sábio dos sábios e nenhuma questão que lhe fosse levada ficava sem solução. Ele sabia tudo.
Existia nesse reino um jovem plebeu que não se conformava com isso. Ele não aceitava o facto de o sábio conseguir decifrar qualquer enigma, fosse ele qual fosse. Durante muito tempo o jovem arquitectou uma forma de dar a volta ao sábio.
- " Tem que existir uma forma de enganar o sábio. Ninguém sabe tudo de tudo "... Pensava ele.
Até que um dia ele descobriu uma forma, a qual nem mesmo o mais sábio dos sábios teria saída.
- "Colocarei nas minhas mãos, levemente fechadas, um pequeno pássaro vivo e perguntarei ao sábio se o pássaro está vivo ou morto. Se ele responder que está morto, eu abrirei as mãos e libertarei o pássaro para que ele voe. Se ele responder que está vivo, eu vou apertar o pássaro com os dedos até o matar. O sábio não terá saída.
Assim fez.
Diante do sábio ele procedeu como acima exposto, perguntando se o pássaro estava vivo ou morto.
O sábio olhou bem nos olhos do jovem e respondeu:
- " Meu bom jovem, a vida deste pássaro está nas tuas mãos ".
Faro, 10 de Outubro de 2008. Pouco mais de um dia passado depois do primeiro encontro em Castelo Branco, rumámos ao Algarve para o segundo evento regional. Na iniciativa a sul estiveram “cerca de 60 jovens vindos dos 16 municípios algarvios, com uma média de idades que ronda os 17 anos”, esclareceu a directora da delegação regional do IPJ, Sara Gomes Brito. São jovens, na sua maioria, provenientes de escolas profissionais, associações, universidades e institutos, e estão mais do que preparados para dar o seu contributo.
De entre os 8 grupos de trabalho, desta vez resolvi seguir o de Educação Formal e Educação Não Formal. Para muitos dos presentes qualquer uma das 8 temáticas propostas é assunto novo e este da Educação Formal e Não Formal não foge à regra. Mas afinal, de que falamos quando falamos destes dois tipos de educação?
“A Educação Formal refere-se ao sistema educativo estruturado que se inicia na escola primária até ao ensino superior. A Educação Não-formal remete para qualquer programa planeado de educação pessoal e social para jovens. (…) Tem carácter voluntário; é acessível a todos (o mais possível) e encontra-se baseada não só numa aprendizagem individual como também em grupo.” (Fonte: http://www.am.unisal.br/pos/stricto-educacao/pdf/educacao_processo_desenvolvimento.pdf).
Depois de um quebra-gelo inicial para que todos se conheçam um pouco melhor, vem a já conhecida “chuva de ideias”. Pretende-se agora que todos pensem e escrevam nos posters afixados aquilo que entendem sobre o Ensino Obrigatório; o Processo de Bolonha e sobre o Potencial e Reconhecimento da Educação Não Formal (ENF). O arranque não é fácil. “Está tudo ainda a morrer de timidez”, refere a participante Susana Cotovia. É normal. Muitos estreiam-se agora em auscultações do género e até mesmo as dinâmicas e os métodos usados são algo de novo e que, à partida, intimidam. Não podemos esquecer que “este apelo à participação activa dos jovens em geral, sobre as políticas da juventude, é a primeira vez que se cumpre à escala europeia”, recorda a Directora-Adjunta da Agência Nacional do Programa Juventude em Acção, Maria Manuel Silva.
O grupo divide-se entretanto nos 3 grupos distintos sob os temas mencionados acima. À volta do tema Potencial e Reconhecimento da ENF sentam-se o Adriano Chaveiro, a Edite Jesus, a Susana Cotovia, a Sandra Galego e a Patrícia Francisco. Um grupo diverso mas com ideias muito semelhantes no referente ao tópico em debate. “Nós somos muito comodistas”, desabafa Sandra “e neste país o que conta é os diplomas, não se dá importância à ENF”. Ao que parece, a inércia define muitos portugueses. “As pessoas reclamam mas ninguém vai ao sítio certo à procura de informação”, denuncia Patrícia. E o grupo continua entregue ao debate. A decisão para a elaboração das recomendações (a escrever na folha dada pelo facilitador) não é fácil. A 5 minutos do tempo terminar, o grupo que acompanhei começa a escrever. Foram muitas as ideias e as conversas são mesmo como as cerejas: vêm sempre umas atrás das outras!
No final, Bruno António, o facilitador do grupo, pede uma palavra sobre as últimas horas passadas em conjunto. Susana termina com 3: “devia haver mais”.
A auscultação da região do Algarve finda com agradecimentos e notas de esperança. Sara Gomes Brito classifica o dia como “um dia magnífico de trabalho em que foi dada voz à juventude” e manifesta sem quaisquer rodeios o orgulho que tem em ser Directora Regional do IPJ e em ser anfitriã do evento nacional da semana da juventude, em Portimão, entre os dias 7 e 9 de Novembro. A poucos minutos de encerrar, a Directora Regional, fez ainda questão de contar a história do sábio e do pássaro, aproveitando o desfecho para lembrar aos presentes que “o futuro está nas vossas mãos!”
Rafaela Grácio
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