As Expectativas
Funchal, 11 de Outubro de 2008. De Faro para o Funchal a “maratona” continua e tudo parece a postos para o evento regional da ilha da Madeira. Foram cerca de 55 jovens vindos de 5 dos 11 municípios da região autónoma a marcar presença nas instalações da escola da APEL.
Ainda a escola não tinha aberto e já dois participantes, o Roberto e a Marina, se afilavam timidamente à entrada. São ambos estudantes na Universidade da Madeira e membros da Associação de Escuteiros de Portugal (AEP). Estão presentes, graças a oportunidade que a chefia regional da AEP lhes proporcionou.
Dos temas a debate a Diversidade e Igualdade de Oportunidades; o Ambiente e Desenvolvimento Sustentável; e a Cultura, Criatividade e Inovação estão entre os preferidos, mas quando fizeram a inscrição para participar no evento, o difícil foi escolher entre os 8 grupos de trabalho propostos: “todos são muito interessantes”, confessa Roberto.
Numa breve conversa que tivemos antes da sessão de abertura falaram-me das expectativas. Os dois vêem no evento uma “boa oportunidade para alargar horizontes e novos leques de informação.” Será que a vontade se cumpre?
Incentivo, debate, discussão
Na sessão plenária de abertura, Pompeu Martins, Director da Agência Nacional para a Execução do Programa Juventude em Acção (AN) justifica o rol de eventos regionais: “a Comissão Europeia entendeu que deveria perguntar aos jovens sobre o que eles pretendem que sejam as políticas da juventude para os próximos 10 anos. Nós, em Portugal, quisemos ir para além dos números do Eurobarómetro, quisemos estar com os jovens e perceber quais as características de cada região.”
A representar o Governo Regional da Madeira, Brazão de Castro, Secretário Regional dos Recursos Humanos relembrou aos presentes que “ a Madeira e os seus cidadãos estão solidários com a construção Europeia. Os jovens querem e devem ter um papel activo na sociedade. É preocupação do Governo Regional consultar os jovens e incentivá-los ao debate e à discussão de temas da juventude.” Um discurso breve que terminou com um apelo directo: “Espero que no final deste encontro estejamos todos mais habilitados!”
O primeiro feedback
À saída do grupo Cultura, Criatividade e Inovação encontro a Marina. Neste grupo trabalharam sobre temáticas mais direccionadas como a Educação para a Cultura; a Inovação e Tecnologias e o Empreendedorismo Social/Económico e Cultural. Não são temas fáceis de tratar, mas o resultado é satisfatório, até porque “Criatividade, Cultura e Inovação” é o tema do próximo ano Europeu, recorda Nuno, o facilitador do grupo. Marina está satisfeita. “ Aprendi novas coisas e também dei o meu contributo. Foi muito interessante! Aprendi que podemos sempre inovar e não copiar. Sinto-me mais completa. Já tenho novas ideias para aplicar futuramente!”, relata.
Na mesma altura, o Roberto saiu do grupo da Diversidade. “Gostei muito”, confirma entusiasmado. “Aprendi, que existe muita desigualdade e injustiças no mundo, e que para melhorar podemos apoiar novas iniciativas. Temos de parar de pensar só em nós e perceber que existem outras pessoas na sociedade que também precisam de apoio e de oportunidades.”
Final do dia de trabalhos
Chegada a hora de apresentar resultados, o auditório enche-se novamente. Com os relatores de cada grupo, vem também uma palavra de força e esperança: “Venham mais iniciativas destas”, diz um. “É muito importante sabermos que temos um papel participativo na sociedade”, considera outro. De facto.
Marina, a jovem que segui durante o dia, ainda conseguiu ir mais além e encontrar no evento um desafio à sua personalidade: “ Normalmente, tenho muita dificuldade em falar para os outros em público, e nestas actividades encontro uma maneira de me desinibir ao mesmo tempo que dou o meu contributo. Foi uma grande experiência!”, confessa.
Na verdade, foi mais uma prova de que a juventude tem grandes potencialidades e deve ser auscultada sempre que possível. Jorge Carvalho, Director regional da Juventude afirma: “É muito importante para nós, agentes políticos, podermos contar com a juventude. E se a minha geração foi chamada rasca, a vossa deixa-nos à rasca”. Afinal de contas “está provado que quando se dá oportunidade aos jovens de serem auscultados os resultados são muito positivos”, termina Pompeu Martins.
Rafaela Grácio
terça-feira, 21 de outubro de 2008
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1 comentário:
Só um pequeno reparo! Em Associação dos Escoteiros de Portugal, a palavra "escoteiros" escreve-se correctamente com "o" e não "u", essa numenclatura é usada quando nos referimos aos elementos do Corpo Nacional de Escutas.
Obrigada
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